domingo, 18 de julho de 2010

INTUIÇÃO VERSUS CULTURA VERSUS BOM SENSO

Durante séculos, exércitos enfrentaram-se em campo aberto, em seus uniformes coloridos (para diferenciarem-se amigos de inimigos). Ombro a ombro, marchava-se para o ataque e morria-se como formigas. Fileiras e colunas inteiras caíam em segundos, às rajadas de tiros. Alguém, um dia, teve a grande ideia de vestir o soldado de verde e afastar um pouco uns dos outros, no combate. Sabe o que aconteceu? Uma revolução na arte da guerra. Pouparam-se milhões de vidas, daí por diante. Ideia de quem? De algum gênio, matemático ou filósofo? Certamente não. Descartes, por exemplo, que era as duas coisas, e genial, tendo servido no exército francês, não pensou nisso. No início da 2ª Guerra Mundial, nesse mesmo assunto, houve um corajoso mas suicida ataque de cavalaria montada polonesa sobre os blindados alemães: foram todos, cavaleiros e cavalos, dizimados em segundos, sob rajadas de metralhadoras. Você perguntaria: mas onde estavam as autoridades, a inteligência, o bom senso dos chefes poloneses, que eram vizinhos dos alemães, por que não perceberam isso? Não acompanhavam a evolução da guerra? Não acreditaram nas ameaças do dirigente alemão, que não escondia de ninguém sus intenções? Onde estavam o bom senso, o patriotismo dos chefes, os líderes poloneses realmente preocupados com seu país e seus soldados, os engenheiros militares, ou qualquer um que pudesse ver esse absurdo? Você acaso dormiria sem grades nas janelas? Nós sabemos a resposta: as autoridades, os homens responsáveis pela condução de uma instituição, de um país, de um exército, ou de qualquer organização pública, muitas vezes, estão simplesmente usufruindo os prazeres do cargo. Estão em passeios, inaugurações de prédios, passagens de comando, presentes à posse no cargo de outras autoridades, cochichando, tramando em jantares, assistindo a jogos, visitando uns aos outros, ou salões de honra e monumentos; outros, ouvindo e fazendo intermináveis discursos, frequentando congressos, lançamentos de livros, palestras, desfiles, troca de presentes, uma interminável e prazerosa lista de atividades fúteis e secundárias, e nisso vão seus árduos dias de trabalho. Eles se sentem superiores e vivos, assim. Poucos, muitos poucos, são os que realmente se embrenham nas questões do cargo e trabalham para valer, até altas horas. Isso é coisa "de 2º e 3º escalões", dizem. Ainda não se convenceu? Voce não faz parte do nosso grupo. Alguém realmente de ultradireita pode não ser filósofo, matemático ou celebridade. Mas certamente é muito atento à realidade, dá muito valor à intuição, ao senso prático e ao processo histórico que arrasta povos e nações ao seu destino, que não é governado por nenhuma estrela, mas sim pelas mãos de seus homens.

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